Muitas vezes quando digo que trabalho com crianças de dois anos e até menos, o que mais escuto é “Serio? O que dá para fazer com crianças tão pequenas?”. A maioria das pessoas pensa logo em terapias que envolvem conversas entre duas pessoas, o que em muitos casos é a realidade. A Terapia ABA, por sua vez, é uma forma de intervenção que trabalha comportamentos alvo da criança, por exemplo a imitação, o que não envolve, necessariamente, a fala. Nesse sentido é desenvolvido um programa estruturado de intervenção, que pode ser o Treino em Tentativa Discreta (DTT). Esse tipo de tarefa é conhecido como Tarefas de Mesinha, pois são realizadas na mesa, em momentos mais controlado. Os dados são coletados para avaliar o procedimento e o comportamento da criança.
O Treino em Tentativas Discretas (DTT) não é a única estratégia de intervenção em ABA, mas é muito usada dentro desse tipo de Terapia. Nas Tarefas de mesinha, muitos comportamentos alvo podem ser ensinados: a imitação, a compreensão auditiva, a vocalização, entre muitos outros. O ensino ocorre através de DICAS físicas, visuais, vocais e gestuais, e pela apresentação de itens preferidos pela criança. Por exemplo, quando estamos ensinando a imitação "dar tchau" e a criança permanece imóvel, pegamos sua mão e balançamos como se ela estivesse dando tchau (essa é uma dica física), depois apresentamos a consequência da imitação feita por ela, que pode ser comestíveis, brinquedos, desenhos animados, enfim, itens que a criança mais gosta. Também existem estrátegias naturalisticas de ensino no qual o terapeuta utiliza situações do dia-a-dia para ensinar habilidades. Na maioria das vezes combinamos essas duas estratégias na intervenção com a criança. O que vai ser determinante para a escolha do uso mais intenso de uma ou de outra estratégia serão as habilidades que queremos ensinar. Crianças que já possuem mais habilidades se beneficiam de mais ensino naturalistico, por exemplo.
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